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sábado, 12 de dezembro de 2009

Viagem ao Egito

Cairo

Estive no Cairo por apenas, e preciso repetir, apenas dois dias. Esta repetição é a minha maneira de lembrar que preciso voltar, que o tempo que lá está como o senhor da sabedoria, da experiência, me mostra.

Faz apenas 6 horas que deixei o Egito, que tirei meus pés do deserto, que deixei meu olhar em cada esquina de história, que me seduzi pela música, pela língua, que me apaixonei, perdidamente, repentinamente pelo povo egípcio, pelo Cairo.

Viajando durantes estes anos, aprendi a respeitar, a temer, mas também a oportunizar abertamente o conhecimento de novos lugares, de grandes culturas. E assim foi no lugar sagrado, onde civilizações passaram, mas não morreram, onde o deserto toma seu lugar de grande dominador, mas é suavizado pelas águas do grandioso Nilo.

Aqui vai a minha pequena história.

O meu primeiro momento no aeroporto do Cairo, foi de um sorriso divertido de quem ouve o árabe ¨gritado¨ por mulheres de véu, homens vestidos de branco, muitas mãos se movimentando, ruído, alegria na confusão para chegar, a entrada do que seria o meu Egito também. Foi essa energia que me arrastou para o mais profundo de mim mesma, e foi ali, ligando para o meu Pai, que emocionada, falei: Pai, estou no Egito, sai dos livros da minha infância, estou aqui e é tudo tão lindo¨. E estava apenas sentindo o Egito, não havia passado do aeroporto.

Fui olhando cada detalhes pela janela do carro, fui respirando aquele ar diferente, fui sentindo que o cansaço tinha me abandonado, estava nova, emocionada, coisa de gente apaixonada... Eu já sabia que os dias seriam de sucesso, algo em mim estava altamente positivo, sinceramente feliz.

E foi ai que tudo começou..

Uma sucessão de acontecimentos maravilhosos, simples, mas essenciais. O quarto do hotel era perfeito, meu 2011 de frente para o Nilo, os sorrisos recebidos, a internet rápida, o banho relaxante, a cama king extra size, tudo para uma chegada num novo lar, acontecia perfeitamente coordenado.

E tudo continuou...

...minha chegada a meia noite, meu pedido pra ver as pirâmides na primeira hora possível, tudo atendido e melhorado. Desde o momento que cheguei no Cairo, eu fui invadida por sorrisos, saudações, atenção por saber de onde eu vinha, e tudo de uma forma gentil, amigável, que viria descobrir ser egipiticamente natural. Eu sabia que eram apenas dois dias e que não os teria inteiros, eu tentava coordenar o trabalho com o desejo de conhecer o lugar, Mas o tempo não muda, ele não para. Porém, advinhem?! Dois anjos vieram me ajudar. Não, não é que sai voando com eles e fui ver a cidade do céu, mas eles de alguma forma, fizeram milagres.

Estes anjos tem nomes, cor, tamanho, mas só consigo lembrar da alma, da bondade, da doação a uma estrangeira em sua terra, apenas mais uma turista a trabalho. Eles são Ahmad e Adam, meus guias, hoje meus irmãos de energia. Adam era o guia, o falante o confiante e orgulhoso contador e conhecedor da sua história, o baixinho mais sorridente que conheci, mais gentil e bondoso. Ahmad era o motorista, bom, no Cairo, ele esta mais pra piloto de rali de dificuldade, falava pouco, o inglês não era o seu forte, e o meu árabe não passa de um chucran ou salamaleico, mas me cuidava como uma Irma mais nova, e sua altura e força, me faziam sentir exatamente assim. Estes dois anjinhos, me levaram para as pirâmides, para o mercado, pra fazer os programas turísticos normais ( compras e compras), mas também me mostraram suas vidas, um Cairo pra quem tem a sorte de conhecer. Eu confiei no meu instinto, deixei os estenótipos de lado, e fui agraciada pela companhia deles nas minhas reuniões e nos meus melhores momentos comigo mesma, vividos em meus 31 anos de idade. Como? Porque? Não sei e não busco estas respostas, eu apenas sinto, como agora, segurando as lágrimas que algo em mim mudou e muito.

Eu sinto uma força leve, singular, singela, presente, constante, minha e do universo, aqui, dentro do meu coração, irradiada pelos meus chacras, tangível pelas minhas mãos, profunda no meu olhar. Foi no Egito, no Cairo, ao lado de dois ¨estranhos¨, que descobri quem era, que aceitei a energia de um por do sol no deserto, que meus pés na areia milenar me sustentaram, que minhas mãos se estenderam, que meu corpo relaxou, que meus olhos se fecharam e enxergaram uma luz intensa, um caminho dourado até a minha alma, e com ele o vento na minha face, sobre o meu corpo, expandia para cada canto de mim as palavras de oração do Adam, eu não as ouvia, so sentia e enxergava a luz, o poder das pirâmides, o conhecimento da esfinge, eu tinha o amor ao meu lado, a minha volta, eu tinha o sol, a areia, o vento e um mar de mim sendo revelado, assentado em seu lugar perfeito, como o ângulo das pirâmides, tirando qualquer energia, pensamento, confusão, angustia negativa e trazendo o melhor, o mais puro sentimento de paz que só alcança que se aceita, se ama, assim como me amo hoje, como vejo meu reflexo em tudo isso.

O Egito, seus reis, faraós, riquezas, o povo, o ar, o Cairo.. a história do mundo. Foi assim, que em 2 dias, a minha história apareceu, eu abri o meu livro, folheie meus pensamentos, encontrei o sentimento, e me intitulei de coração aberto, Serenamente Feliz.

Os meus amigo anjos? Eles ficaram comigo no aeroporto até que eu parti, me deixaram um abraço apertado, ( isso sem mencionar nas cesta de goiabas que compraram, das pastilhas pra minha tosse e do maravilhoso falafel) um sorriso amável e carregamos juntos, a certeza de uma amizade eterna, quase irreal, mas que aconteceu pra mostrar que nada supera a certeza de que, não importa a cultura, a distancia, a fé, Deus esta em todas as pessoas e a bondade de cada uma se manifesta quando o coração aceita as bênçãos que nos chegam em cada milésimo de segundo que vivemos.

Obrigada a Deus, Alá, Jesus e todos os anjos, amém. Obrigada ao Nilo, ao deserto, as pirâmides. Obrigada Ahmad e Adam, Eu encontrei a mim, graças a vocês, eu sinto e levo comigo a energia do Egito.

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